Archive for Abril, 2021

Acordo ortográfico de 1990

Abril 20, 2021

Acordo ortográfico de 1990

Como é a opinião geral, o “Acordo Ortográfico de 1990” foi a maior asneira gramatical oficializada em Portugal nos últimos 47 anos.

Com a intenção de ser praticado nos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste)

“Acordo” publicado em 16 de Dezembro de 1990.

“Acordo” assinado durante o governo da Cavaco Silva. “Acordo” que os referidos países subscreveram mas que nenhum segue. “Acordo” contestado em Portugal desde o primeiro momento por diversos intelectuais, linguistas, académicos, escritores e universitários, que foi publicado e que só é praticado, oficialmente, em Portugal.

Uma negação à unificação da Língua Portuguesa.

“Acordo” estupidificante que não une e só tem desunido a escrita dos oito países onde se fala o português.

Um desacordo!

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Um dia de triste memória

Abril 19, 2021

Passaram 515 anos sobre uma data triste da História de Portugal, mais precisamente da História de Lisboa

Em 19 de Abril de 1506, no domingo de Pascoela houve uma perseguição aos cristãos-novos na cidade de Lisboa durante 3 dias e consta que terão sido assassinadas cerca de 4.000 pessoas.

Não eram comuns as perseguições aos judeus em Portugal, ao contrário do que já tinha acontecido em muitos países da Europa.

Acontece que tendo havido expulsão dos judeus de Espanha, muitos judeus procuraram refúgio em Portugal sendo aqui recebidos mais de 20.000, mas obrigados a converter-se à religião católica. Esses judeus “convertidos em católicos” passaram a ser conhecidos por “cristãos-novos” e com o elevado número de residentes em Lisboa cresceu um ambiente de desconfiança entre a população local.

Nessa tarde de Abril de 1506 na Capela de São Domingos em Lisboa um reflexo de luz num crucifixo, alguém disse que era uma milagre, tendo um cristão-novo rebatido essa ideia, depois injuriado e arrastado para fora da Capela, agredido violentamente e assassinado pela multidão.

Aos gritos o povo percorreu a cidade durante três dias e foram mortos todos os cristãos-novos que foram encontrados, queimados em fogueiras. Muitos foram perseguidos dentro das suas próprias casas que foram saqueadas.

O povo desvairado acusava as famílias judaicas de serem os causadores da seca e da peste que assolava o país.

O rei Dom Manuel I estava em Avis quando foi informado destas violências, mandou avançar tropas reais para Lisboa e quando regressou puniu severamente os causadores da matança, nomeadamente dois frades dominicanos, condenados à morte, por terem sido os instigadores do massacre.

Como represália, à cidade de Lisboa o Rei Dom Manuel I retirou-lhe o título de “sempre leal”.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

As primeiras mulheres parlamentares

Abril 10, 2021

A Segunda República Portuguesa caracterizou-se como sendo um Estado Corporativo a partir de 1930, sob a orientação do Professor António Oliveira Salazar e foi um regime onde o Estado detinha um papel dominante e que funcionou até Abril de 1974.

Mas Salazar deu um cunho católico ao sistema político português e bem diferente do regime político de Mussolini em Itália, não obstante ser um Estado autoritário, não permitindo a existência de partidos políticos; ter uma polícia política para controlar e defender quaisquer actividades contra o governo; uma censura prévia e uma preocupação anti-comunista permanente. Ao contrário de Mussolini, Salazar conseguiu ficar numa posição neutral durante a Segunda Guerra Mundial e Portugal recebeu milhares de refugiados de diversos países

Enquanto Salazar praticava uma vida modesta e recatada, Benito Mussolini viajava por toda a Itália promovendo um culto da personalidade e gostava de ser fotografado em acções de propaganda, a esquiar, a montar a cavalo, a rachar lenha à machadada, a conduzir diversos automóveis e até aos comandos de um avião. Nos seus discursos públicos na varanda do “Palazzo Venezia” proclama a difusão do regime italiano: o fascismo.

Porém, há que não esquecer que a Revolução de 28 de Maio de 1926 que instalou a Ditadura Militar em Portugal e depois o Estado Corporativo – o Estado Novo – teve o apoio da maioria da população portuguesa que estava farta dos desmandos da Primeira República, que em 16 anos teve cerca de 50 governos, greves constantes nas principais cidades, atentados bombistas, assassinatos políticos e religiosos, etc. Nos finais de 1927 criou-se a Liga Nacional 28 de Maio de apoio à Ditadura, que era anti-maçónica, defensora de um “Estado Corporativo, Sindicalista e Cristão”.

E com o fim da instabilidade democrática da primeira República, já no exercício de 1929, com as dívidas do Estado a baixarem, o governo do Estado Novo iniciou as obras de fomento e obras públicas, como a reconstrução de estradas, o prolongamento da rede ferroviária, melhoramento dos portos, o incremento das redes telefónicas e implantação das estruturas hidroeléctricas.

Curiosamente, foi só durante o Estado Novo que pela primeira vez as mulheres portuguesas tiveram representação parlamentar, porque nem na Monarquia Constitucional, nem na Primeira República foi concedido o  voto feminino e só nas eleições legislativas de 16 de Dezembro de 1934 é que foram nomeadas: Domitília Miranda de Carvalho, Maria Baptista Guardiola e Maria Cândida Pereira para a Assembleia Nacional.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Pensamento livre

Abril 6, 2021

Não deixa de ser curioso verificar que, por cá, há jornalistas e comentadores políticos esquerdistas que preferindo viver em países de economia de mercado não deixam de fazer elogios aos sistemas socialistas.

Já nuns outros tempos, esses e outros activistas, preferiam dizer-se exilados em França, do que na União Soviética, China ou em Cuba.

É certamente mais agradável reclamar as amplas liberdades num país realmente livre.

E na verdade…o pensamento é sempre livre!

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Guerra Civil Espanhola (1936-1939)

Abril 1, 2021

Em 1 de Abril de 1939 os nacionalistas comandados por Francisco Franco derrotaram a Frente Popular, republicana, de tendência comunista.

Portugal, com o governo de Salazar, auxiliou a Espanha franquista em termos logísticos e militares contra a Espanha republicana que tinha o apoio da União Soviética e das Brigadas Internacionais.

Com a derrota republicana, o general Francisco Franco conseguiu afastar um provável sistema comunista na Península Ibérica e a divisão da Espanha em diversas repúblicas.

Terminou em 1 de Abril de 1939 uma guerra civil medonha de que o Presidente do Conselho de Portugal – António de Oliveira Salazar – sintetizou assim o seu pensamento a respeito da Península Ibérica:

“São dois Estados inamovivelmente independentes; duas nações fraternalmente solidárias”.

Depois, recordando o auxílio de Portugal aos nacionalistas comandados por Francisco Franco, acrescentou:

“Despendemos esforços, perdemos vidas, corremos riscos, compartilhámos sofrimentos e não temos nada a pedir a Espanha, nem contas a apresentar. Vencemos – eis tudo!”

Manuel Peralta Godinho e Cunha